OS SETE BILHÕES DAS EMENDAS PARLAMENTARES E O RODOANEL DE MACEDÔNIA!
Eu já disse neste espaço que o custo da democracia no Brasil é muito alto.
Chego a me perguntar se vale a pena!
Sinto-me um idiota quando cumpro o meu dever cívico de votar!
E olha que vivi todo o período da ditadura, clamando pelo direito de
votar em presidentes e governadores.
Não me venha rotular de porta voz da direita, como costumam fazer os “democratas”
e os esquerdistas de fachada, quando nos rebelamos com o lado podre das nossas
instituições, como é o caso do Congresso Nacional.
Temos uma das mais altas cargas tributárias do mundo, em um sistema injusto,
que pesa mais da classe média para baixo. Os órgãos das receitas federais, estaduais
e municipais arrecadam muito. E o que se vê é a má administração deste
gigantesco volume de recursos.
Somos um país de péssima qualidade de ensino, que remunera muito mal os
professores, os policiais, não há serviços de saúde decente, nem educação
básica de qualidade, não se investe em infraestrutura de estradas, ferrovias,
portos, aeroportos etc.
A classe média que responde por uma faixa expressiva dessa arrecadação,
se quer assistência médica tem que pagar planos de saúde extorsivos e que é “fiscalizado”
por pessoas que tem origem no mercado de seguros saúde (empresa como UNIMED
etc). É o caso da Agência Nacional de Saúde complementar – ANS que convive
promiscuamente com esse mercado.
E mais, se você viaja tem que pagar pedágio. Esse custo já é cultural: se
não tem pedágio não tem estrada. A receita do IPVA ninguém sabe, ninguém viu.
Não bastasse isso, a Chefa do Executivo viaja para a África e perdoa
bilhões de dívidas de países administrados por ditadores que estão cada vez
mais ricos. Estes ditadores nunca deixa
o poder. Se derrubados, vão para os seus palácios na Europa, longe da miséria e
da fome na África. Esse foi o destino de bilhões do contribuinte brasileiro: o
bolso de ditadores africanos.
Não se iludam porque não foi matar a fome do povo africano, não!
O lado mais perverso disso tudo é que cada parlamentar custa mais de
R$100.000,00 por mês, para o contribuinte.
No entanto, quando lhes é cobrado o cumprimento do dever – de legislar – o
executivo tem que liberar sete bilhões de ementadas parlamentares. Nem os
próprios parlamentares sabem onde empregar esse dinheiro, nos municípios de sua
base de representação política.
Olhem só o exemplo dessa desfaçatez.
Na região de Fernandópolis, quem vai para Mira Estrela (famosa pelos
ranchos e pelo turismo de pesca à beira do lago do Rio Grande) passa pela
cidadezinha chama de Macedônia.
É um município de dois ou três mil habitantes. Só tem agricultura, pecuária
e comércio restrito à população. Não serve aos turistas porque não fica à
margem do lago do Rio Grande.
Pasmem! Macedônia tem um rodoanel que circunda mais da metade da cidade,
em pista dupla. No trajeto ha três rotatórias. Não há justificativa nenhuma para
essa obra. Esse rodoanel liga duas vias vicinais. A primeira conecta
Fernandópolis a Macedônia e a outra Macedônia a Mira Estrela. Só, nada mais. As
demais rodovias, para quem chega e sai da cidade são de terra, inclusive
duas que desembocam no rodoanel.
Sabe o que isso? Fruto de uma emenda parlamentar!
Esse é o exemplo do destino dos sete bilhões de emendas parlamentares, que
serão doados aos nossos ilustres congressistas.
Na obra de Macedônia não se publica o seu custo. Presume-se elevado,
porque todos sabem as falcatruas que envolvem as obras públicas neste País.
A propósito, hoje saiu a notícia na Folha da Região, jornal de Araçatuba,
que a Santa Casa local recebeu vistoria do CREMESP, do COREN e da Vigilância
Sanitária. Constatou-se não ter médicos, enfermeiros e fisioterapeutas
suficientes. E mais, não há manutenção de maquinários para serviços essenciais
para salvar vidas.
A Santa Casa funciona sem vistoria de bombeiros.
Resultado o MP ajuizou Ação Civil Pública contra o hospital e o Estado de
São Paulo, para corrigir tudo isso. A administração é séria toda a população
sabe, mas não há dinheiro.
A Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba é o único hospital da cidade que
atende, em caráter geral, a população pelo Sistema Único de Saúde.
Não há notícia que entre os sete bilhões de reais, tenha alguma parcela para
este tipo de melhoria do serviço de saúde de uma cidade de 200 mil habitantes e
que concentra atendimentos à população de maior complexidade de toda uma região
composta de aproximadamente dez municípios. Se somar tudo dá quase quinhentos
mil habitantes.
Resultado, a Da. Dilma deveria ser responsabilizada pelo perdão de
dívidas dos ditadores africanos e os congressistas deveria ter vergonha na cara
a começar a trabalhar, porque já ganham muito para isso.
Há poucos dias o Governador Geraldo Alkimin já disse o que venho dizendo
há mais de vinte anos: se o povo soubesse o que acontece nos bastidores do
Poder Executivo e Legislativo de Brasília, não sobraria pedra sobre pedra.
Não há como ser otimista neste País.
Desculpem-me pelo desabafo.
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