MANIFESTAÇÕES POPULARES - INTERPRETAÇÕES
São variadas as interpretações acerca do movimento popular deflagrado por aumento dos preços de passagens de ônibus urbanos, em São Paulo.
Uma população que parecia se mostrar pacata, silente e omissa, enfim, deu evasão aos seus desencantos e frustrações com o estado de coisas que se convive no nosso País: o descaso de nossas elites políticas, que só medidas periféricas e maquiadoras para ludibriar.
A bolsa família, as quotas sociais nas universidades, a bolsa turismo, juros baixos, subsídio para consumo, empréstimo consignado etc, etc,, etec., parecia formar cabrestos e fazer ressurgir os novos coronéis e seus currais eleitorais.
Esses movimentos parecem derrubar essa teoria, principalmente nos maiores centros urbanos. Começaram timidamente, mas foram se incorporando mais e mais pessoas.
Aqui em Araçatuba está se convocando passeata para a Pompeu de Toledo, hoje à tarde, em apoio ao movimento deflagrado em São Paulo.
O receio é que estas manifestações populares sejam sintoma de retirada da tampa de uma panela de pressão que pode explodir.
O tratamento aos manifestantes não pode ser aquele que o Governo de São Paulo deu a semana passada.
A guinada de 180º do Governador e da Secretaria da Segurança Pública é o caminho. É necessário ouvir os líderes do movimento e ter inteligência na condução das negociações.
Ontem à noite, no programa Rodaviva, da TV Cultura os líderes do movimento ostentaram-se radicais, nas suas posições. É compreensível, porque, se mostrassem flexíveis, fora de uma mesa de negociação, o resultado seria a desmobilização das massas.
Hoje parece que as negociações prosseguem. Sucede que o movimento ganhou conotação outras, cuja leitura cabe aos políticos, governantes e dirigentes do País. A eles cabem também atender, dentro do possível, ou dar respostas convincentes e transparentes, porque não podem atende-las.
Não adianta a parafernália de medidas econômicas pontuais que só acarretam endividamento do povo. O povo percebeu que a conta tem que ser paga, um dia.
No paraíso dos endividados, de uma hora para outra, ressurge a inflação. O custo de vida vai às alturas. Os serviços públicos (transporte, saúde, educação) continuam como antes, horríveis. E a conta tem que ser paga.
As pessoas estão endividadas. A inflação está aí. E agora, José?
Vamos aguardar.
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