sábado, 11 de agosto de 2012

BARANGA OU MEQUETREFE


BARANGA OU MEQUETREFE

A página 2 do jornal FLSP, de hoje, traz uma crônica do jornalista e escritor Ruy Castro que merece destaque e observações.

É a acerca da veemência do Advogado, na Tribuna do STF, em defesa de Geisa Dias, ex-secretária de Marcos Valério. O advogado desclassificou aquela senhora, como sendo uma “funcionária mequetrefe”, sem nenhuma qualificação e que não tinha poder de decisão na empresa do publicitário. Não poderia, portanto, ser-lhe imputado o crime de “formação de quadrilha”.

Diz a crônica que a primeira idéia do advogado era qualificá-la como “funcionária baranga”, preferiu, porém, a expressão de “funcionária mequetrefe”. Foi a que utilizou e eu assisti, pela TV Justiça.

Não se trata de gíria forense ou processual, mas um recurso de defesa ousado e temeroso. Isto porque, as expressões têm significado ofensivo, pejorativo e até discriminatório.

Diz o cronista, e com razão, que nos dicionários a definição de “baranga” é mulher de baixa qualidade, de pouco ou nenhum valor, ou, ainda, mulher feia, deselegante, mal-ajeitada, enfim, bagulho.

E mais, “mequetrefe” é o indivíduo sem importância, inútil, insignificante ou intrometido, dado a meter-se no que não é de sua conta; enxerido, ou de caráter duvidoso, patife, mariola, biltre.

De sorte que são duas expressões que em outro contexto pode configurar em ofensa à honra e à boa fama, especialmente de uma mulher. Assim, não é aconselhável se entusiasmar com coragem e ousadia do ilustre advogado, chamando as pessoas de “baranga” ou “mequetrefe”, pois você se dar mal. E mais, ser réu em uma ação de indenização por reparação de danos, por ofensa à moral objetiva a quem você se dirige.

Por ser um evidente esforço de defesa, a referida senhora não se ofendeu. Tendo noticiado o advogado que sua cliente, por telefone, deu risadas, dizendo que adorou.

A dúvida é se tal ousadia será interpretada pelos Ministros do STF, como o advogado espera, ou seja, somente de alguém que não tinha poderes para tomar decisões na empresa do Sr. Marcos Valério e que, por isso, não responde por atos de seu patrão.

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