LEONARDO BOFF E NOVO
PAPA
Leonardo Boff complementa: é uma
estrutura arcaica, corrupta, elitista e que irradia o pensamento exclusivamente
europeu, isto é, divorciada e distante da realidade vivida pelas maiores comunidades
católicas do mundo: na América (principalmente da América do Sul), na África e
grande parte da Ásia. Assim, as agruras do terceiro mundo nunca afetou Roma, em com o famoso João Paulo II. Este um baita conservador que sucumbiu e recuperou ao poder da Cúria (imperial e monárquica). Sempre com horror a tudo que for republicano.
Boff só não esclareceu que São
Francisco de Assis foi tímido de mais para fazer frente à Igreja do seu tempo. Apenas
teve uma postura de humildade, difusão do amor fraternal, valorização das
pessoas, enquanto a Igreja do seu tempo era um vendaval de vaidades, ostentação,
corrupção econômica e sexual, arrogância e perseguição ao “infiéis”.
Boff deveria ter esclarecido que o
papel de enfrentar esse poder político da Igreja, na época de São Francisco de
Assis, coube a outro franciscano, um tal “Fernando” que tinha vindo de Portugal
para a Itália, mas todo o mundo passou a conhecê-lo por Antonio de Padova, cuja
língua está no museu até hoje. É Santo Antonio, sim senhor!
É de se reconhecer, porém, que Fernando ou Antonio de Padova, tinha por premissa a doutrina e a doçura de Francisco de Assis.
Foi Frei Antonio que enfrentou a
cúria rica, prostituída e corrupta de Roma do seu tempo. Os pobrezinhos irmãos franciscanos também têm
seus pecados. É a ordem religiosa mais rica da Igreja Católica. O votos de pobreza
do jovem de Assis está um pouco distante disso.
O teólogo esclareceu, ainda, a polêmica acerca
da acusação ao Padre Jorge Mário, de que teria sido conivente com a ditadura de
Rafael Videla & Cia.
Boff diz ter conversado com um
dos padres vítima da ditadura Argentina e que teria o mesmo negado a acusação,
tendo esclarecido que, o então, Padre Jorge Mario Bergoglio, ao contrário,
intercedeu para evitar perseguições contra padres e pessoas da Igreja.
É notório que a Igreja Católica
no Brasil teve uma postura muito firme, na defesa dos direitos humanos, em face
do regime militar 1964-1985. Só que a ditadura no Brasil não foi cruel e
violenta, quanto à Argentina e Chilena!
Seria impensável fazer, em Buenos Aires ou
Santiago, o que Dom Evaristo Arns fez em São Paulo , na missa de 7º dia, - um ato ecumênico
– por ocasião do assassinato de Wladimir Herzog. No mínimo, a Igreja seria
invadida pelas forças armadas argentina ou chilena.
Eu fui a essa missa, na Catedral
da Sé. Foi um ato moderado, ecumênico, sem discursos inflamados, mas muito
firme na defesa dos Direitos Humanos e respeito à diversidade pensamento das
pessoas, inclusive para divergir de governantes.
O assassinato do jornalista da TV
Cultura e aquele ato ecumênico na Catedral da Sé foram mui significativos que levaram
a ditadura trocar o comando do segundo exército, em São Paulo.
E mais, a Igreja Católica no
Brasil e de Roma sempre foi reticente, senão resistente, a postura de Dom
Evaristo Arns, na defesa dos Direitos Humanos. Quem viveu naquele período sabe
o quanto o Arcebispo do Rio de Janeiro foi conivente com o regime militar no
Brasil, por se submeter integralmente à orientação de Roma. Ratzinger quando
esteve no Brasil, não foi nada simpático a D. Evaristo.
Não sou tão otimista quanto o
Franciscano Boff, mas espero que o Padre Jorge Mário, hoje Bispo de Roma e Papa,
aproveite este momento para trazer a Igreja para o seio do povo,
desvencilhando-se desse espírito de Império ou Monárquico.
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