terça-feira, 19 de março de 2013

FREI LEONARDO BOFF E O PAPA FRANCISCO


LEONARDO BOFF E NOVO PAPA

 O Teólogo Franciscano Leonardo Boff, ontem à noite, no programa Roda Viva, da TV Cultura, São Paulo debateu as novas perspectivas da Igreja Católica, sinalizada pelo Papa Francisco (Padre Jorge Mário Bergoglio).
 Quem leu neste Blog meu post  – “FRANCISCO: UM PAPA MEDIÁTICO, OU NÃO?” – já sabe minha opinião sobre essa pompa e a ostentação de riqueza e do caráter Corte Imperial e Monárquico da Cúpula da Igreja Católica, em Roma.
Leonardo Boff complementa: é uma estrutura arcaica, corrupta, elitista e que irradia o pensamento exclusivamente europeu, isto é, divorciada e distante da realidade vivida pelas maiores comunidades católicas do mundo: na América (principalmente da América do Sul), na África e grande parte da Ásia. Assim, as agruras do terceiro mundo nunca afetou Roma, em com o famoso João Paulo II. Este um baita conservador que sucumbiu e recuperou ao poder da Cúria (imperial e monárquica). Sempre com horror a tudo que for republicano.
Boff só não esclareceu que São Francisco de Assis foi tímido de mais para fazer frente à Igreja do seu tempo. Apenas teve uma postura de humildade, difusão do amor fraternal, valorização das pessoas, enquanto a Igreja do seu tempo era um vendaval de vaidades, ostentação, corrupção econômica e sexual, arrogância e perseguição ao “infiéis”.
Boff deveria ter esclarecido que o papel de enfrentar esse poder político da Igreja, na época de São Francisco de Assis, coube a outro franciscano, um tal “Fernando” que tinha vindo de Portugal para a Itália, mas todo o mundo passou a conhecê-lo por Antonio de Padova, cuja língua está no museu até hoje. É Santo Antonio, sim senhor!
É de se reconhecer, porém, que Fernando ou Antonio de Padova, tinha por premissa a doutrina e a doçura de Francisco de Assis.
 
Foi Frei Antonio que enfrentou a cúria rica, prostituída e corrupta de Roma do seu tempo.  Os pobrezinhos irmãos franciscanos também têm seus pecados. É a ordem religiosa mais rica da Igreja Católica. O votos de pobreza do jovem de Assis está um pouco distante disso.
O teólogo esclareceu, ainda, a polêmica acerca da acusação ao Padre Jorge Mário, de que teria sido conivente com a ditadura de Rafael Videla & Cia.
 
Boff diz ter conversado com um dos padres vítima da ditadura Argentina e que teria o mesmo negado a acusação, tendo esclarecido que, o então, Padre Jorge Mario Bergoglio, ao contrário, intercedeu para evitar perseguições contra padres e pessoas da Igreja.
É notório que a Igreja Católica no Brasil teve uma postura muito firme, na defesa dos direitos humanos, em face do regime militar 1964-1985. Só que a ditadura no Brasil não foi cruel e violenta, quanto à Argentina e Chilena!  
 
Seria impensável fazer, em Buenos Aires ou Santiago, o que Dom Evaristo Arns fez em São Paulo, na missa de 7º dia, - um ato ecumênico – por ocasião do assassinato de Wladimir Herzog. No mínimo, a Igreja seria invadida pelas forças armadas argentina ou chilena.
Eu fui a essa missa, na Catedral da Sé. Foi um ato moderado, ecumênico, sem discursos inflamados, mas muito firme na defesa dos Direitos Humanos e respeito à diversidade pensamento das pessoas, inclusive para divergir de governantes.
O assassinato do jornalista da TV Cultura e aquele ato ecumênico na Catedral da Sé foram mui significativos que levaram a ditadura trocar o comando do segundo exército, em São Paulo.
 
E mais, a Igreja Católica no Brasil e de Roma sempre foi reticente, senão resistente, a postura de Dom Evaristo Arns, na defesa dos Direitos Humanos. Quem viveu naquele período sabe o quanto o Arcebispo do Rio de Janeiro foi conivente com o regime militar no Brasil, por se submeter integralmente à orientação de Roma. Ratzinger quando esteve no Brasil, não foi nada simpático a D. Evaristo.
 É necessário compreender, portanto, o contexto que viveu o Padre Jorge Mario no regime ditatorial Argentino.
Não sou tão otimista quanto o Franciscano Boff, mas espero que o Padre Jorge Mário, hoje Bispo de Roma e Papa, aproveite este momento para trazer a Igreja para o seio do povo, desvencilhando-se desse espírito de Império ou Monárquico.
 

 

 

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