domingo, 17 de março de 2013

FRANCISCO: UM PAPA MEDIÁTICO, OU NÃO?

FRANCISCO: UM PAPA MEDIÁTICO, OU NÃO?
 
 
O novo chefe da Igreja Católica - PAPA FRANCISO  - está sabendo explorar bastante a mídia.
 
A exposição à mídia de figuras públicas tem dois momentos, a meu ver: a) sucesso, enquanto novidade; b) destagaste, com o passar do tempo, porque cai na mesmice.
 
O papa não é um Neymar que a cada jogo tem a oportunidade de fazer uma jogada nova ou diferente e fazer gols com engenho e arte que o consagrou.
O Neymar mesmo quando não joga bem, deixa seus admiradores e críticos atentos do mesmo jeito, com as perguntas: não sei porque aconteceu; parece que não estava inspirado; sofreu marcação muito forte; foi agredido; o juiz não marcou as faltas etc.. enfim, acaba se mantendo vivo no notíciário todos os dias e a toda hora.
 
Com figuras públicas é muito diferente. Veja o exemplo, Joaquim Barbosa foi cantado em verso e prosa pela imprensa durante o julgamento do mensalão: exemplo de moralidade, de democrata, de probidade, de juiz exemplar e corajoso. Chegaram lançá-lo candidato à Presidência da República, na próxima eleição.
 
Entretanto, depois de um dia exaustivo de trabalho (bota exaustivo nisso), reagiu, de forma ríspida, a uma abordagem inconveniente de um jornalista.
 
Pois bem, o Ministro que era o íncone da mídia, de um dia para outro, virou tirano, antedemocrata, desrespeitoso da liberdade de imprensa,  mal educado, grosseiro e por aí afora.
 
Os gestos do Papa Franciso em que  se destacam as informalidades, inclusive, no trato com serviçais e clérigos; ou de rejeitar vestes talares e tradicionais para a execução do seu ofício; as suas observações irônicas e sorridentes sobre certos rituais litúrgicos são tudo novidades e chama a atenção da imprensa.
 
Até onde é possível saber e conhecer, pode-se afirmar que essa postura não está em harmonia com as condutas dos anteriores chefes da Igreja Católica. É que hoje os meios de comunicação mostram coisas antes inimagináveis. Não se sabe como eram, no íntimo, o simpático João XIII e João Paulo II.
 
Pois bem.
 

Adianto que sou católico apostólico romano. Hoje, não mais praticante.
 
Não esqueço nunca, porém, da parafernália que foi a primeira visita da João Paulo II ao Brasil.


 
No desembarque, aquelas suas vestes eram um exagero. Para cada símbolo ou brasão havia uma faixa que se sobrepunham aos seus ombros. A sua  túnica ou batina (não sei nome) tinha mais adereços que um Rei ou Imperado. Foi uma pompa digna de um antigo Imperador de Roma, cujo império já se perdeu na história há mais de 1.500 anos.

Vejam que simpatia a simplicidade do Rei João Carlos da Espanha. Talvez sirv de inspiração a Francisco.
 
Por isso, acho que o Papa Francisco tem razão. É necessário acabar com esse simbolismo ridículo e ultrapassado.
 
O Evangelho não se transmite por símbolos, nem por imposição, mas pelo convencimento das pessoas. A imposição da crença pelo medo já era, num mundo midiático.
 
Entretanto, a mídia vai se acostumar com isso e essa nova postura do Papa cairá na mesmice e não será mais notícia. A não ser para lembrar o seu despojado modo de ser. Essa é a palavra que acredito será utilizada: despojado.

Tem muita a ver com o  consagrado Francisco de Assis. Não importa o que disser a mídia, o encanto deve se manter, como Franciso de Assis encanta até hoje.
 
De sorte que, de fato, se o novo Papa tiver a intensão de implementar inovações e avanços na Igreja Católica, as atitudes terão que ter um conteúdo menos simbolista e mais concreto, colocar o seu dedo em algumas feridas não cicatrizadas, na estrutura da Curia  e modernizar a linguagem do Evangelho.
 
É cedo para exigir que isso já esteja visível. Esperamos, porém, que se esqueça disso, pois é isso que todos nós esperamos. E  mais, que não demore muito.
 
Talvez o Papa Francisco não esteja posando para criar uma imagem e postar uma atitude diferente na mídia, mas  mídia que, como sempre faz, está explorando mais esta pessoa pública.
 
Do contrário, essa mesma mídia que o está colocando nas nuvens hoje, poderá desencadear campanha difamatória amanhã.
 
É o que  penso.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


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